06/02/12

Who Knows, Who cares ❀


Durante toda a semana passada, eu e as minhas amigas programamos ir a White Sensation, uma festa que juntava DJs daqui e da África do Sul...Seria "aquela" festa. E como o próprio nome diz, teríamos de nos vestir de branco e como cá em casa o meu guarda-fatos está distribuído por malas (desde junho que tenho as minhas roupas em malas) e caixas, seria difícil encontrar a "tal" roupa, pelo que me ponho a ir a loja dos tecidos e comprei Tule para vesti-lo por cima de um body-calções seguido de um top cai-cai que idealizei, assim como a Carrie Bradshow, mas com a transparência da Marylin acompanhando as minhas mais que tudo "ballerinas" 

Quando o meu namorado chega a casa, exausto, vou eu abrir a porta, e começo a falar do dilema - fazer a saia em 3 horas para a dita festa - quando ele bruscamente e rispidamente começa a dar-me um sermão sobre o que é na verdade a vida, os ideais que ele defende e de onde tinha saído, gritando comigo freneticamente proferindo "de onde saí está a morrer gente".  Pedi-lhe que respirasse fundo e ter calma para não permanecer de mau humor comigo. 
Quando lhe preparei uma tosta com um chá bem quente, já ele tinha saído do quarto, viu-me em tais preparos, com a minha cabeça baixa pela dureza com que falou comigo, abraçou-me e disse-me "amor, sabes que te adoro, mas eu estou no meio de dois mundos, e estive esse tempo todo a tentar tirar pessoas presas injustamente" Beijou-me carinhosamente, pediu-me encarecidamente que escolhesse os momentos para falar de saias e de festas, porque de outra forma jamais poderíamos continuar juntos. 
Após acompanha-lo no lanche, sentámo-nos no sofá e ele mostrou-me vídeos da realidade em que algumas pessoas se encontram, e não tão longe de onde vivo, ou seja, cerca de 20km - quase nada. E muita gente não sabe do que se passa, e as pessoas que sabem tapam os olhos, eu sou uma das pessoas que muitas vezes prefere tapar os olhos às injustiças não do mundo, mas do país em que vivo. Sou uma privilegiada por poder ir gastar 20 dólares num metro e meio de Tule quando usarei 70 no máximo, e essas pessoas sobrevivem com 20 dólares por dia. Notei que o meu dilema da saia é tão insignificante, tão mesquinho, tão fútil diante dos ideais que o meu namorado defende. Somos definitivamente pessoas diferentes, que se completam na sua diferença. 


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