Fui ouvir Stand up Comedy. Rir é a palavra que está na última página do meu dicionário da vida, nos últimos tempos. E ao ouvir as piadas conscientes ontem, numa casa escura, apenas com uma luz miúda de velas distantes dos rostos presentes. Ri-me... um pouco!
Depois punha-me a pensar em outras coisas e distraí o meu pensamento para o stand up comedy. Sentei-me, puxei o cigarro e vi-o: igualzito como d'antes. Nada mudou. Tivemos uma história numa vida passada. Desloquei-me para os braços d'outro. Ele d'outra. E assim seguimos caminhos opostos. Mas estava lá, sempre teve, a amizadel. Olhou para mim e perguntou se andava a fumar "charros". Disse-lhe que não. Que a única coisa que fumava era cigarro. "Devias deixar" disse ele, puxando do seu bolso um Zippo para acender o dele. Eu cá para mim, "C'um catano"
Perguntei-lhe porquê que me perguntou se andava no charro, ele disse-me que os meus olhos estavam vagos, estava com o olhar vago... Ripostei-o que estava bem, que era impressão e cansaço. Mas é verdade, estavam vago, estou vaga, estou perdida, algures pela via da vida coerente, ou se calhar, estou coerente agora. Não sei! O tempo, melhor que ninguém cura estas coisas.
Tic Tac, é o relógio esta madrugada a dizer-me que o tempo passa e percebi que todas as certezas que tinha mudaram de lugar.
- Extractos Tea Diary
With love. TeaDrinker